quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

alinhamento esquerda direita em ajustamento central de contra. cena.

Ser simples como o frio beijo na rocha.
Ser simples como abraçar-te muda mar.
Ser simples como o sim dos olhos.
Ser simples como a paz que me consola.
Calei os outros num beijo teu. Rasguei frescura para me esconder contigo.

Não vou ouvir nem pensar. Nem vou perguntar. Não quero saber do conselho ou da razão. Não quero novidade nem frescura. Não quero outra coisa. Não quero que estejam certos. Não quero mudar. Não quero enganar-me. Não quero o mundo todo nem a cabana do amor. Não quero certezas e promessas de eternidade. Não quero comandos nem controlo. Não quero compromissos nem coloridos. Não quero vitórias nem derrotas. Não quero correr nem adrenalina. Não quero jogar de novo nem descobrir o caminho. Não quero saber.
Parem de me perguntar. Parem de guiar. Parem de fundamentar espelhos de cara baça.
Não vivi nos códigos sociais da gargalhada arrancada do diafragma.
Sabem? Sigam.
Não digam nada.

Pela primeira vez só o empate é a vitória.
Pela primeira vez faz sentido não ouvir ninguém não perguntar nada.
Não fazer nada.
Olha.
E faz se quiseres.
Nada mais há para lembrar ou para esquecer.
Trago nos suores mar a Pandora da história.
É mais forte o intrínseco olhar à certeza exterior de uma gargalhada sonante.
Não é preciso correr para ser maior. Não é preciso subir para crescer. Estar como está. Ficar como estou.
Se encostares o teu copo ao meu no licoroso lábio. Estamos brindados.
Se respirares como eu.
Então isto é nosso e ao resto que se lixe!
Álvaro de Campos deixou a máquina.
Ricardo Reis desculpou a falsa amizade de cansaços (dês)cansados.
Mas só Caeiro me diz que assim vale a pena a história, simples.
Por que é a minha.

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