« Sabe que atravessou uma fronteira mas não sabe dizer qual. Se alguém lhe pergutasse faria um esforço e talvez encontrasse não a resposta certa mas uma possível que calasse a pergunta. Mas não há quem lhe pergunte. Vai até ao espelho do quarto de banho e olha a sua cara. Tão estranho ter-se uma cara. O lugar dos olhos. O desenho dos lábios. A cor da pele. Passa água fresca pela cara. Não se seca com a toalha que está mesmo ao seu lado direito. Continua a olhar-se com a cara molhada. O que nos une é uma mesma ignorância. É uma frase que lhe vem com frequência à cabeça nas últimas semanas.»
-Pedro Paixão-
in ROSA VERMELHA EM QUARTO ESCURO
Sem comentários:
Enviar um comentário