Tão fácil uma folha vazia. Tão difícil ficar sem dizer nada. Tudo se cala em mim por instantes mascarados. Fantasiada neste carnaval de beijos de pedra tremida e céu aberto.
Virar as costas é tão fácil. Tão difícil ficar sem olhar, de olhos fechados, para trás. E conter? E cantar? Amarrar as trancas de um suspiro leve, e caminhar “por esses caminhos” ALA.
Musicas e vindimas na uva deste vinho abafado. Terra molhada e trovoada de timidez sorridente. Passo a passo o caminho está feito. A história faz-se longe da vista. Na rocha de todas as estórias a espera à despedia da despedida que não chega. Até amanhã ou a qualquer dia. Como tanto dia desperdiçado no “até qualquer coisa”.
Arrancar é como escrever. Olhar em frente é como rasgar. Papel cortado não é conto estragado, é conto em papel rasgado.
Uma espuma salgada rega esta viagem. E mergulho para não fugir.
E fujo para não chorar.
E choro para não morrer.
E espero para não esquecer.
E esqueço para sobreviver.
E vou. Porque com qualquer fantasia em qualquer espera continua apenas a fazer sentido mergulhar no cenário da minha utopia onde tudo se esconde e a nada se responde.
Aeroporto da Horta. Fim de verão2008. Contida. Á espera do voo para Ponta Delgada.
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