segunda-feira, 8 de setembro de 2008

desmascarada



Tão fácil uma folha vazia. Tão difícil ficar sem dizer nada. Tudo se cala em mim por instantes mascarados. Fantasiada neste carnaval de beijos de pedra tremida e céu aberto.
Virar as costas é tão fácil. Tão difícil ficar sem olhar, de olhos fechados, para trás. E conter? E cantar? Amarrar as trancas de um suspiro leve, e caminhar “por esses caminhos” ALA.
Musicas e vindimas na uva deste vinho abafado. Terra molhada e trovoada de timidez sorridente. Passo a passo o caminho está feito. A história faz-se longe da vista. Na rocha de todas as estórias a espera à despedia da despedida que não chega. Até amanhã ou a qualquer dia. Como tanto dia desperdiçado no “até qualquer coisa”.
Arrancar é como escrever. Olhar em frente é como rasgar. Papel cortado não é conto estragado, é conto em papel rasgado.
Uma espuma salgada rega esta viagem. E mergulho para não fugir.
E fujo para não chorar.
E choro para não morrer.
E espero para não esquecer.
E esqueço para sobreviver.
E vou. Porque com qualquer fantasia em qualquer espera continua apenas a fazer sentido mergulhar no cenário da minha utopia onde tudo se esconde e a nada se responde.






Aeroporto da Horta. Fim de verão2008. Contida. Á espera do voo para Ponta Delgada.

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